Sadhana Pada, Sutra 3.19 - pratyayasya paracitta-jñānam

Através do conhecimento do conteúdo mental (pratyaya), obtém-se o conhecimento da mente de outro (paracitta).

🧠 Termos essenciais:
• pratyaya: Conteúdo mental, ideia, pensamento, representação.
• para-citta: A mente de outro (para = outro; citta = mente).
• jñānam: Conhecimento, saber, percepção.

✨ Explicação profunda:
Patañjali afirma que, quando o yogin realiza saṁyama sobre os conteúdos mentais (pratyayas) — isto é, sobre os processos e padrões da própria mente — ele se torna capaz de perceber os mesmos conteúdos em outras mentes.

Isso acontece porque:
• A estrutura básica da mente humana é compartilhada entre todos os seres.
• Ao observar com profundidade os modos de funcionamento do pensamento, o yogin reconhece esses padrões em qualquer outra mente.
• A consciência que penetra o próprio citta pode ressoar com o citta de outro, como um instrumento afinado capta a nota de outro igual.

🧘‍♂️ O que o yogi percebe?
Ele percebe o pratyaya — a ideia ou forma mental em si, não as características superficiais como palavras, gestos ou aparência. É um conhecimento direto, não verbal nem dedutivo.

Contudo — e isso é importante — ele não percebe os “conteúdos mais profundos”, como as intenções ocultas ou os traços cármicos (saṁskāras), a não ser que vá além, como veremos no próximo sutra (3.20).

🪔 Em resumo:
Ao fazer saṁyama sobre os conteúdos mentais, o yogin desenvolve a capacidade de perceber diretamente o que está presente na mente de outro ser. Esse conhecimento é fruto da ressonância entre a consciência refinada do praticante e o campo mental alheio.

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