Sadhana Pada, Sutra 3.20 - na ca tat sālambanaṁ tasya aviṣayī-bhūtatvāt
Mas esse conhecimento [da mente de outro] não inclui o suporte (sālambana) do pensamento, pois isso não é objeto acessível.
🧠 Termos essenciais:
• na: não.
• ca: e/mas.
• tat: aquilo (referindo-se ao conhecimento do pratyaya de outro).
• sālambanaṁ: o suporte, o fundamento ou base interna de um pensamento — como a intenção, o motivo, o significado subjetivo.
• tasya: disso, daquele pensamento.
• aviṣayī-bhūtatvāt: por não ser objeto (viṣaya) da percepção — ou seja, por estar além do campo direto de observação.
✨ Explicação profunda:
No sutra anterior (3.19), Patañjali afirmou que é possível conhecer o pratyaya — o pensamento de outro ser — por meio do saṁyama.
Agora ele esclarece:
Esse conhecimento não alcança o “suporte interno” do pensamento — isto é, os motivos ocultos, emoções inconscientes, impressões cármicas (saṁskāras) ou valores subjetivos que sustentam aquele conteúdo mental.
Em outras palavras:
• O yogin pode ver “o que alguém está pensando”, mas não necessariamente o “porquê” profundo por trás daquele pensamento.
• O pratyaya pode ser percebido como forma, mas a base que o gera pode permanecer oculta, a menos que se vá mais fundo — como nos sutras sobre os saṁskāras ou karma.
🔍 Exemplo:
Alguém pensa na palavra “fogo”. O yogin percebe esse conteúdo mental.
Mas ele não sabe automaticamente se esse pensamento vem de:
• Uma lembrança calorosa da infância,
• Um medo antigo de incêndios,
• Ou uma visão simbólica espiritual.
Esses contextos mais sutis — o sālambana — não estão acessíveis diretamente por esse siddhi.
🪔 Em resumo:
O conhecimento da mente alheia, obtido por saṁyama, revela o conteúdo do pensamento (pratyaya), mas não sua causa mais profunda, seu suporte subjetivo (sālambana), pois isso não é diretamente perceptível.
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