Sadhana Pada, Sutra 2.55 - tataḥ paramā vaśyatendriyāṇām

Então, alcança-se o supremo domínio sobre os sentidos.

🔍 Termos principais:
• tataḥ – a partir disso, então (isto é, como resultado do pratyāhāra); • paramā – suprema, máxima;
• vaśyatā – domínio, controle, obediência;
• indriyāṇām – dos sentidos.

Esse sutra declara que como resultado direto da prática de pratyāhāra, o praticante conquista paramā vaśyatā, o domínio supremo dos sentidos.

Isso significa que:
1. Os sentidos deixam de dominar a mente:
◦ O yogin não é mais arrastado por desejos, impulsos ou distrações sensoriais.
◦ Ele decide conscientemente onde colocar a atenção, sem ser movido por sons, cheiros, sabores ou visões externas.

2. Controle interno verdadeiro:
◦ Não se trata de reprimir os sentidos, mas de ser livre em relação a eles.
◦ Você usa os sentidos quando quer e como quer, como um mestre com seus instrumentos — e não como um servo dominado por impulsos.

3. Preparação para dhāraṇā (concentração):
◦ Sem controle sensorial, a mente não consegue se concentrar.
◦ O domínio dos sentidos é a porta de entrada para as práticas internas mais profundas (capítulo 3).

📚 Comentário de Vyāsa:
Vyāsa compara o domínio dos sentidos ao controle de cavalos por um cocheiro experiente. Se os cavalos (sentidos) são bem treinados, o cocheiro (mente) conduz com segurança e direção. Esse controle só se torna possível com a prática consistente de pratyāhāra.

🧘 Aplicação prática:
• Um praticante com vaśyatā:
◦ Não é afetado por tentações externas;
◦ Mantém o foco em meio ao caos;
◦ Consegue agir com discernimento, e não por impulso.

• A prática cotidiana pode incluir:
◦ Ficar em silêncio mesmo quando há estímulos;
◦ Treinar a não-reação sensorial (ex: ignorar um celular tocando durante meditação);
◦ Desenvolver a capacidade de voltar a atenção para dentro com constância.

🪔 Em resumo:
O Sutra 2.55 conclui que, como resultado da retirada dos sentidos (pratyāhāra), o praticante alcança o supremo domínio sobre os sentidos, o que o torna livre, focado e pronto para as práticas mais profundas de meditação.

Com este sutra, encerramos o capítulo 2 – Sādhana Pāda, o capítulo da prática.

A partir do capítulo 3 – Vibhūti Pāda, o foco se volta para as capacidades extraordinárias da mente que surgem com a meditação profunda.

Vamos lá!

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