Sadhana Pada, Sutra 3.3 - Tad eva arthamātra-nirbhāsaṃ svarūpa-śūnyam iva samādhiḥ.

Quando apenas a essência do objeto permanece iluminando a mente, como se o próprio 'eu' desaparecesse, isso é chamado samādhi

🔍 Termos principais:
• tad eva – isso mesmo (isto é, o dhyāna);
• artha-mātra – somente o objeto (do foco);
• nirbhāsam – brilho, manifestação, percepção clara;
• svarūpa-śūnyam iva – como se estivesse vazio da própria forma (do eu);
• samādhiḥ – estado de absorção, integração total.

Este sutra define samādhi como a culminação do processo meditativo, onde:

1. Só o objeto permanece na consciência — “arthamātra-nirbhāsam”:
◦ A mente está tão unificada com o objeto que não há mais distinção entre observador e observado.
◦ O objeto brilha sozinho, livre de interferências mentais ou pessoais.

2. Ausência do senso de “eu” — “svarūpa-śūnyam iva”:
◦ O meditador não está mais ciente de si mesmo como sujeito.
◦ É como se o “eu” tivesse desaparecido, embora não literalmente (por isso “iva” – como se).
◦ É um estado de fusão entre mente e objeto.

🧘 Exemplo prático:
Você medita na chama de uma vela.
• Em dhyāna, há consciência da vela e de que você está focado nela.
• Em samādhi, só a vela permanece na consciência. Não há mais “você” — só o brilho da vela, claro e absoluto.

📚 Comentário de Vyāsa:
Vyāsa compara os três estágios assim:
• Dhāraṇā: a mente se fixa no objeto com esforço.
• Dhyāna: a fixação torna-se um fluxo contínuo e natural.
• Samādhi: o fluxo se estabiliza a tal ponto que a individualidade desaparece temporariamente, e só o objeto brilha. Ele também observa que samādhi é o estado mais próximo do conhecimento direto e puro, sem as distorções da mente.

🪔 Em resumo:
Samādhi é o estado no qual a mente se funde completamente ao objeto de meditação, sem ego, sem distrações, com total clareza — apenas o objeto permanece brilhando.

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